segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Chuva de granizo deixa telhados e ruas brancos em Guarulhos

Telhados de casas em Guarulhos são tomados por granizo

Tratores tentam remover massa de gelo das ruas.
Visto do alto, bairro lembra cidade sob neve.


A chuva de granizo que atingiu Guarulhos, na Grande São Paulo, na tarde desta terça-feira (21) deixou telhados e carros repletos de gelo. Até mesmo um trator foi deslocado para a retirada do gelo das ruas, que, vistas do alto, lembravam uma cidade sob neve.
Crianças aproveitaram a oportunidade para brincar em algumas vias da cidade. A chuva forte também provocou alagamentos. De acordo com o Corpo de Bombeiros da cidade, houve pelo menos dez ocorrências.

Por volta das 16h30, a chuva atingiu uma unidade das Casas André Luiz, que atende pessoas com deficiência física e mental. O granizo destruiu o telhado de uma de suas quatro unidades, em Picanço na mesma cidade. A tempestade quebrou vidros e veículos de funcionários e da própria entidade. Ambulâncias, computadores, móveis e equipamentos foram inutilizados. A instituição vai remover 150 pacientes da unidade atingida para outras unidades.

"A maior parte das crianças passa acamada a vida inteira e depende de aparelhos. Chamamos os nossos voluntários para ajudar na remoção para diversas outras unidades", afirmou André Marouço, coordenador da instituição.

Em São Paulo, o temporal fez o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura de São Paulo, decretar estado de atenção. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), havia 101 km de lentidão na capital às 17h45, índice acima da média para odia e para o horário.
A pista expressa da Marginal Tietê sentido Rodovia Ayrton Senna era a mais congestionada, com uma fila de 11 km no horário, do Tatuapé até a Freguesia do Ó.
Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), havia um ponto de alagamento ativo na cidade por volta das 18h, na Penha, Zona Leste. A cidade não ficava em atenção por causa da chuva desde o dia 19 de maio, segundo o CGE.





Chuva de granizo destroi cerca de mil telhados em Campo Mourão


Granizo no Paraná
Criança brinca com o gelo acumulado após a chuva de granizo
Cerca de mil residências ficaram danificadas pela chuva de granizo que atingiu, no final da noite passada, o município de Campo Mourão, no Paraná, de acordo com informações iniciais do Corpo de Bombeiros da cidade. A queda de granizo, que durou cerca de 10 minutos, começou por volta das 21h30 e foi suficiente para danificar ao menos mil telhados da região central da cidade e de alguns bairros. Além da quebra de telhas, os bombeiros registraram também a queda de três árvores.
Os paranaenses foram pegos desprevenidos e a força da chuva foi tanta que chegou a danificar veículos nas ruas, além de quebrar vidros de lojas e derrubar outdoors. Parte do município ficou sem energia elétrica por horas. Segundo os bombeiros, pelo menos quatro pessoas ficaram feridas neste domingo quando tentavam consertar os telhados das casas, mas nenhum caso com gravidade.
Todo o efetivo do Corpo de Bombeiros foi acionado para ajudar na entrega de lonas aos moradores que tiveram o telhado da residência destruído. Por volta das 13h30 ainda chovia na cidade.

Como acontece a chuva de granizo?


O granizo nada mais é do que uma pedra de gelo formada dentro de nuvens muito compactas e altas, também chamadas cumulonimbos. Aquelas que se parecem com bigornas.


"Dentro dessas nuvens, o ar úmido, resultante da evaporação de água da superfície, está sempre se movimentando de cima para baixo, e causam a formação de gotículas de água em baixa temperatura", explica o professor Hilton Silveira Pinto, do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Unicamp.
À medida que a nuvem sobe na atmosfera, a temperatura fica mais baixa: -0,6 C a cada 100 metros. Assim, essas nuvens normalmente atingem temperaturas abaixo de zero.
Com isso, as gotas de água tendem a congelar na nuvem, e aumentam de tamanho com seu movimento de sobe-desce. Isso faz com que surja a descida sucessiva de novas camadas de água e a junção de pedras de gelo, que caem quando atingem determinado peso.
O tamanho das "pedras" aumenta de acordo com a quantidade de água formada na nuvem, e da maior ou menor atividade de movimentação. De modo geral, as áreas atingidas por granizo não são extensas, variando entre 1 a 10 km2.
"A agricultura é uma das principais vitimas do granizo. Em áreas de fruticultura os danos podem ser muito grandes, como acontece com a uva, maçã e a pêra, quando ocorre o desfolhamento total das plantas com ferimentos severos nos frutos", explica Silveira.
Em áreas habitadas os danos podem ser grandes também, dependendo do tamanho das pedras, quando são atingidos prédios, veículos ou mesmo pessoas. Há casos raros de pedras com mais de meio quilo.
Segundo o pesquisador do Cepagri, a ocorrência de chuva de granizo é mais freqüente nas regiões tropicais ou sub-tropicais. No Brasil são observadas "chuvas de pedras" mais freqüentes nas áreas montanhosas de São Paulo e de Santa Catarina, onde se cultivam frutas de clima frio. "Não há, no entanto, estatísticas confiáveis sobre o assunto", alerta Silveira.

Chuva e granizo causam alagamentos e estragos em São Paulo


Chuva de granizo deixa cidade de Guarulhos coberta de gelo.
A chuva e o granizo que atingiram a região metropolitana de São Paulo causaram alagamentos e estragos na tarde desta terça-feira. Após ficar por cerca de uma hora e meia em estado de atenção, a capital voltou ao estado de observação (quando não há mudanças siginificativas nas condições do tempo) pelo Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), por volta das 19h30. A chuva procovou alagamentos e moradores relataram granizo nos bairros da Penha, Tatuapé, Vila Maria, Liberdade, e na região do aeroporto do Campo de Marte.
Segundo a agência Climatempo, também houve queda de granizo por volta das 16h45 em Guarulhos, na região do aeroporto internacional de Cumbica. Até as 18h50, a Defesa Civil da cidade registrou 17 ocorrências quanto a destelhamento de casas, alagamentos em avias, queda de árvores e transbordamento de córregos, todas sem vítimas.
Ainda de acordo com a Defesa Civil, a previsão inicial de chuva na cidade era de 5 mm. Com a tempestade de granizo, que durou cerca de uma hora, a precipitação foi de 27 mm.
A instabilidade que se formou no interior do Estado atinge alguns municípios vizinhos da capital, entre eles Osasco, Santana de Parnaíba, Jandira, Carapicuíba, Barueri, Taboão da Serra e Embu. Também há registro de chuvas fortes em Francisco Morato, Franco da Rocha e Mairiporã.
Congestionamentos
O tempo ruim também prejudicou o trânsito na capital no fim da tarde. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), São Paulo chegou a registrar 173 km de congestionamentos, entre os 868 km monitorados. O pico foi registrado por volta das 19h. Às 19h45 havia 125 km de vias com trânsito parado na cidade e a tendência era de queda.
Durante o dia, houve seis pontos de alagamento na capital por conta da chuva, mas, por volta das 18h30, todos já estavam inativos.

Granizo


Chuva de Granizo em Bogotá, Colômbia.
Granizo é a forma de precipitação de partículas sólidas de gelo, transparentes ou translúcidas, que podem medir de 5mm a um tamanho de uma laranja; o recorde das maiores pedras de granizo foi alcançado em Bangladesh, onde cada pedra pesava cerca de 5kg. 

A formação do granizo ocorre nas nuvens do tipo cumulonimbus, que podem chegar a alturas de até 1.600 m. No interior dessas nuvens, as freqüentes correntes de ar elevam o vapor de água condensado às maiores altitudes, passando acima da linha Isotérmica, que é de 0ºC. Desta forma, essas gotículas de água se congelam até terem o peso suficiente para cair. Dependendo de certas condições, as pedras de gelo podem ser tão pequenas que chegam a cair sobre solo já na forma líquida. Entretanto, a formação do granizo depende das condições de umidade e da velocidade e intensidade dos movimentos internos dos núcleos de gelo. 

Uma chuva de granizo pode provocar muitos danos materiais, ocasionando a destruição de telhados, quedas de árvores, danos na rede elétrica e em veículos, sem contar os grandes prejuízos à agricultura. No Brasil, por exemplo, a região Meio-Oeste de Santa Catarina é freqüentemente atingida por chuvas de granizo, no entanto, muitos agricultores utilizam substâncias higroscópicas (iodeto de prata), as quais provocam a precipitação da chuva e evitam a formação do granizo. 

A incursão de uma aeronave no interior dessas nuvens, as quais possuem um grande volume de partículas de gelo em formação, pode ser perigosa, pois a velocidade de vôo pode ser alterada conforme o impacto com cada pedra de gelo. Na ocasião de uma chuva de granizo, não é recomendável ficar abrigado embaixo de árvores ou coberturas frágeis.